Por Chris Carlsson, no Vá de bici
Para participar de uma Massa Crítica*, você – se tiver uma bicicleta – não precisa comprar nada; nem objeto, nem serviço, nem ideologia; você não precisa nada a não ser o desejo de tomar parte na vida pública, sobre duas rodas. Quando centenas ou milhares de ciclistas tomam as ruas tal qual convivas utilizando o espaço público de forma celebratória, muitas das expectativas e regras do capitalismo moderno são desafiadas. Comportamentos individuais escapam à lógica do comprar e vender, ainda que apenas por algumas horas. Uma vez nas ruas, conexões inesperadas emergem, coisas não planejadas acontecem, relacionamentos bacanas iniciam por acaso. Diferentemente de uma ida ao shopping ou ao mercado, as conversas estão livres do jugo da lógica das transações, dos preços, das medidas. É um intercâmbio livre, entre pessoas livres. A experiência altera nossa percepção do viver citadino imediatamente e, mais importante que isso, mexe com nosso imaginário coletivo de maneiras que estamos recém começando a aprender.
Ciclistas em uma Massa Crítica estão entre os praticantes mais visíveis de um novo tipo de conflito social. A “deserção ativa” expressa no ato de pedalar, corrói o sistema de exploração social organizado através da indústria petrolífera e da posse de automóvel particular. Ao pedalar em centros urbanos do Império, nós nos juntamos a um crescente movimento mundial que está repudiando os modelos econômicos e sociais controlados pelo capital multinacional e impostos a nós sem qualquer forma de consentimento democrático. A tomada das ruas, em massa, por um enxame de ciclistas “sem líderes” é exatamente o tipo de lógica de entrelaçamentos sociais auto-dirigida que está transformando nossas vidas, do ponto de vista econômico, e ameaçando a estrutura de governo, de negócios, bem como a estrutura policial e bélica (algo que os estrategistas militares mais imaginativos estão começando a entender).
A Massa Crítica tem uma nova prima na cidade: a San Francisco Bike Party [Festa da Bicicleta de São Francisco, doravante abreviada SFBP]. Esse caráter festivo sempre esteve presente na Massa Crítica; mas o modelo Festa da Bicicleta, tal como foi desenvolvido em San Jose e outras cidades, tem como ponto de partida uma equipe de organizadores (e monitores) voluntários que conduz a diversão. A primeira SFBP aconteceu em uma gélida noite de 7 de janeiro de 2011, e atraiu 1000 ciclistas, apesar do frio intenso. Foi muito parecido com a Massa Crítica, em alguns aspectos: eu curti muitas conversas com pessoas que estavam perto durante a pedalada, havia música, e vibrações amigáveis dos ciclistas bem como dos passantes. Éramos dúzias e centenas de ciclistas preenchendo as ruas no lugar de automóveis, exatamente como sonhávamos durante os primeiros meses da Massa Crítica, lá em 1992.
*Massa Crítica é um movimento a favor das bicicletas no trânsito.
Para participar de uma Massa Crítica*, você – se tiver uma bicicleta – não precisa comprar nada; nem objeto, nem serviço, nem ideologia; você não precisa nada a não ser o desejo de tomar parte na vida pública, sobre duas rodas. Quando centenas ou milhares de ciclistas tomam as ruas tal qual convivas utilizando o espaço público de forma celebratória, muitas das expectativas e regras do capitalismo moderno são desafiadas. Comportamentos individuais escapam à lógica do comprar e vender, ainda que apenas por algumas horas. Uma vez nas ruas, conexões inesperadas emergem, coisas não planejadas acontecem, relacionamentos bacanas iniciam por acaso. Diferentemente de uma ida ao shopping ou ao mercado, as conversas estão livres do jugo da lógica das transações, dos preços, das medidas. É um intercâmbio livre, entre pessoas livres. A experiência altera nossa percepção do viver citadino imediatamente e, mais importante que isso, mexe com nosso imaginário coletivo de maneiras que estamos recém começando a aprender.
Ciclistas em uma Massa Crítica estão entre os praticantes mais visíveis de um novo tipo de conflito social. A “deserção ativa” expressa no ato de pedalar, corrói o sistema de exploração social organizado através da indústria petrolífera e da posse de automóvel particular. Ao pedalar em centros urbanos do Império, nós nos juntamos a um crescente movimento mundial que está repudiando os modelos econômicos e sociais controlados pelo capital multinacional e impostos a nós sem qualquer forma de consentimento democrático. A tomada das ruas, em massa, por um enxame de ciclistas “sem líderes” é exatamente o tipo de lógica de entrelaçamentos sociais auto-dirigida que está transformando nossas vidas, do ponto de vista econômico, e ameaçando a estrutura de governo, de negócios, bem como a estrutura policial e bélica (algo que os estrategistas militares mais imaginativos estão começando a entender).
A Massa Crítica tem uma nova prima na cidade: a San Francisco Bike Party [Festa da Bicicleta de São Francisco, doravante abreviada SFBP]. Esse caráter festivo sempre esteve presente na Massa Crítica; mas o modelo Festa da Bicicleta, tal como foi desenvolvido em San Jose e outras cidades, tem como ponto de partida uma equipe de organizadores (e monitores) voluntários que conduz a diversão. A primeira SFBP aconteceu em uma gélida noite de 7 de janeiro de 2011, e atraiu 1000 ciclistas, apesar do frio intenso. Foi muito parecido com a Massa Crítica, em alguns aspectos: eu curti muitas conversas com pessoas que estavam perto durante a pedalada, havia música, e vibrações amigáveis dos ciclistas bem como dos passantes. Éramos dúzias e centenas de ciclistas preenchendo as ruas no lugar de automóveis, exatamente como sonhávamos durante os primeiros meses da Massa Crítica, lá em 1992.
*Massa Crítica é um movimento a favor das bicicletas no trânsito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário